Ter um negócio próprio e saber como gerenciá-lo da melhor maneira, muitas vezes, significa abrir as possibilidades de comércio para além das fronteiras nacionais.
Para realizar uma importação e exportação de sucesso, no entanto, não basta produtos de qualidade com preços atrativos. Muitos empreendedores temem operar no exterior porque, junto às oportunidades, a exportação traz consigo uma série de burocracias que precisam ser cumpridas para não gerar problemas futuros.
Para te ajudar, reunimos algumas dicas valiosas para quem deseja trabalhar com importação e exportação.
Certifique-se de que sua empresa está regularizada e habilitada
Antes de iniciar qualquer transação de comércio exterior, tenha em mente que a sua empresa deve estar regularizada e habilitada da maneira correta. Isso significa, basicamente, ter um CNPJ ativo e regular, além de incluir no objeto social da empresa toda e qualquer atividade referente à importação e exportação.
Após essa etapa, você terá de solicitar acesso para usar o chamado Siscomex, ou Sistema Integrado de Comércio Exterior. É por meio desse sistema eletrônico facilitador que o governo controla e integra todo o fluxo de comércio exterior no Brasil, incluindo câmbio e, consequentemente, o acompanhamento das etapas referentes a importações e exportações.
O acesso é permitido através do chamado RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros). A partir do momento em que a empresa já estiver legalizada, a pessoa (física ou jurídica) deverá providenciar uma senha, ou habilitação no Radar, comparecendo a uma unidade da Receita Federal. Recomenda-se, muitas vezes, a contratação de um despachante aduaneiro, devidamente habilitado no Siscomex, que pode te auxiliar em todos os processos de importação, agindo de acordo com a lei.
Classifique corretamente as suas mercadorias
No caso das importações, existem algumas regras a serem seguidas caso elas tenham valor acima de 3 mil dólares. Entre essas regras está a identificação e cotação do chamado código NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) de cada mercadoria, o que vai permitir que cargas tributárias e outros tratamentos administrativos dos produtos sejam discriminados. Para obter o NCM, que consiste em um código de 8 dígitos presente na Fatura Comercial, entre em contato com o fornecedor e peça a cotação e informações sobre pedido mínimo, de acordo com o produto.
É recomendável, ainda, que você tenha noção sobre o uso dos chamados Incoterms (International Commercial Terms ou Termos Internacionais de Comércio), normas responsáveis por regulamentar e padronizar aspectos variados sobre comércio internacional.
Apesar do uso dos Incoterms não ser obrigatório na hora de exportar ou importar, são eles que definem, por exemplo, em um contrato de compra e venda de mercadorias quais vão ser os custos e demais obrigações entre vendedores e compradores. Além disso, os termos servem para explicitar direitos e deveres de importadores e exportadores, o que torna necessário que cada Incoterm seja colocado especificamente de acordo com o preço de compra ou venda de cada produto. Os Incoterms são atualizados a cada dez anos, mas versões antigas ou recentes dos termos não anulam as outras.
Estude o mercado de exportação e importação
Antes de iniciar qualquer operação comercial no exterior, é preciso compreender profundamente o mercado de exportação que estará disponível para sua empresa.
O primeiro passo é identificar em que países estão os mercados mais interessantes, quais seriam seus possíveis compradores e seus eventuais concorrentes. Feiras internacionais de produtos funcionam como uma boa triagem de oportunidades internacionais. Vale também prestar atenção às colaborações de comércio exterior firmadas pelo governo brasileiro com outros países. O radar comercial, ambiente online do Ministério do Desenvolvimento, mantém um bom arquivo de informações a esse respeito.